Mixórdia, Ctrl+C/Ctrl+V, poucas reflexões, mínimas opiniões e alguns pitacos
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Pelos desesperados e pelos que têm fé; homenagem à Santa Rita de Cássia
Comemora-se o dia de Santa Rita de Cássia em 22 de maio. Podendo-se a santa, porém, receber homenagens ao 22º dia de cada mês.
Oração à Santa Rita de Cássia
Ó poderosa Santa Rita, chamada de Santa dos impossíveis, advogada dos casos desesperados, auxiliar na hora extrema, refúgio na dor, e salvação para os que se acham nos abismos do pecado e do desespero, com toda a confiança, no vosso celeste patrocínio, a vós recorro no difícil e imprevisto deste caso que dolorosamente me aflige o coração. Dizei-me , Santa Rita não quereis auxiliar e consolar? Afastarei o vosso olhar piedoso do meu pobre coração angustiado? Vós bem sabeis, vós bem conheceis o que seja o martírio do coração. Pelos sofrimentos atrozes que padecestes, pelas lágrimas amargosíssimas que santamente chorastes, vinde em meu auxílio. Falai, rogai, intercedei por mim que não ouso fazê-lo ao Coração de Deus, Pai de misericórdia e fonte de toda a consolação, e obtende-me a graça que desejo. (Mencione-se a graça desejada). Apresentada por vós, que sois tão cara ao Senhor, a minha prece será aceita e atendida certamente; valer-me-ei deste favor para melhorar minha vida e os meus hábitos, e para exaltar na terra e no céu as misericórdias divinas. Amém. {Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai (3x)}
A Paz do Altíssimo!
terça-feira, 28 de setembro de 2010
"...em país cujo sistema jurídico aceita ladrões nas altas cúpulas do governo, seria discriminação não aceitar ladrões na rua."
O Brasil segue desevolvendo-se; ou melhor, crescendo(?...) enquanto um país que desaba nos buracos que cava todo santo dia. E, como diria vovó Tereza, por pura "severgõíce".
Mais um tirste bom motivo para se lamentar o cego comodismo festivo que grassa o país. Ótimo o artigo no blog do Janer Cristaldo, sobre "flanelinhas" e colarinhos:
Segue o artigo:
"Sábado, Setembro 25, 2010
EXTORSÃO LEGALIZADA
O regime cubano divulgou ontem lista de 178 profissões que poderão ser exercidas pela iniciativa privada na ilha. Entre elas, estão atividades como descascador de frutas naturais, consertador de guarda-chuva e penteador de tranças. Ou seja, descascar frutas, consertar guarda-chuvas e pentear tranças eram ofícios que não podiam ser exercidos por um cidadão qualquer que não fosse funcionário público. Nada de espantar em um regime em que um restaurante não pode servir mais de doze pessoas e uma barbearia não pode ter mais de três cadeiras.
Isso que Fidel Castro, em gesto de extrema generosidade, havia liberado os restaurantes particulares que funcionavam clandestinamente em Cuba. Mas, para que não concorressem com os restaurantes públicos, só podiam servir até uma dúzia de pessoas por vez, não podiam vender carne de boi nem mariscos e estavam sujeitos a altos impostos. No paraíso proletário, tudo deve ser feito para que ninguém corra o risco de enriquecer.
Dia 13 de setembro passado, a ditadura anunciou que ao menos 500 mil funcionários estatais de Cuba serão demitidos até março de 2011. As regras permitirão que 250 mil cubanos passem a trabalhar por iniciativa própria. Traduzindo: o Estado cubano descobriu que não dá pé manter empregos de mentirinha só para dizer ao mundo que em Cuba não há desemprego.
Enquanto Cuba tenta chegar ao século XX – já nem falo ao XXI – o Brasil regulamenta profissões inúteis. Aliás, nisto somos pródigos. O Brasil é um dos raros países que conheço onde existem ascensoristas. Como se quem usa um elevador fosse incapaz de apertar um botão. Onde existem também cobradores nos ônibus. Pior ainda: quando se introduziram catracas nos ônibus de São Paulo, os sindicatos protestaram e mantiveram os cobradores. Hoje, você tem catracas e mais um cobrador, que olha você colocar seu tíquete na catraca. Ou aproveita seu ócio para dormir.
Leio no Estadão que, por R$ 51 mensais, um sindicato em São Paulo oferece "segurança jurídica", uniformes, cadastro e registro profissional em carteira de trabalho para flanelinhas da capital. No vácuo da ausência de regras municipais, a entidade, que abriu as portas ao público em agosto, tem como respaldo uma lei federal de 1975. A promessa é de que o associado nunca será preso se apresentar o registro de "guardador e lavador de veículos automotores".
Ou seja: a extorsão está legalizada em São Paulo. Por 51 reais, está garantido a qualquer vagabundo extorquir seu dinheiro. Caso você não pague, terá o carro riscado ou os pneus furados. São ameaças que não me atingem. Não tenho carro, nunca tive. Primeiro porque não gosto de carro. Segundo, porque com carro não se vai longe. Um outro motivo são os flanelinhas. Às vezes, de carona com algum amigo, somos atacados por um desses extortores. Minha vontade é de enfiar-lhe uma bala na testa. Ainda bem que tampouco tenho revólver.
Flanelinha é assaltante. Que país é este em que se regulamenta a profissão de assaltante? Onde há um sindicato de assaltantes? A carteira de flanelinha é obtida pela assessoria jurídica do sindicato na Delegacia Regional do Trabalho – diz a notícia –. Cerca de 200 cadastrados aguardam a emissão do registro. Em menos de dois meses, oito flanelinhas já conseguiram. Dois deles trabalham para cerca de 30 clientes fixos na esquina das Ruas Estados Unidos e Haddock Lobo. Outros dois atuam na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, perto do Ginásio do Ibirapuera.
Segundo o advogado do sindicato, "a profissão é legal e prevista em lei. Eu vou na delegacia e retiro qualquer associado nosso que for autuado na rua". Ele carrega em sua pasta o registro sindical da entidade, emitido em outubro de 2007 pelo Ministério do Trabalho, e uma cópia encadernada da lei do senador Eurico Rezende, que há 35 anos tornou legítima a profissão de guardador de carros. O sindicato estima que a capital tenha 15 mil flanelinhas. O objetivo é regularizá-los por regiões.
Não tenho carro, dizia. Mas me indigno pelos que têm. Você paga à Prefeitura para estacionar e além disso tem de pagar ao vagabundo para não ter o carro danificado. A lei confere ao assaltante o direito de assaltar. Pior que tudo, os proprietários de carros aceitam passivamente a extorsão, como se assaltar fosse direito líquido e certo de quem quer que se habilite ao ofício.
Enfim, em país cujo sistema jurídico aceita ladrões nas altas cúpulas do governo, seria discriminação não aceitar ladrões na rua."
Nós, nossa muito estimada maquiagem, e nossa obstinada opção pela cegueira...
Atualmente, a noção de herói é de tal forma deturpada, que verdadeiros imbecis (no lugar dos quais a maioria de seus “adoradores” faria tão bem – ou até melhor – o que tais patetas fazem) notabilizam-se não por singularidades e menos ainda por quaisquer grandiosidades. Antes, são resultados de ações dissimuladas que disfarçam o mais reles sapo num garboso príncipe.
"O que se passa no Brasil não é uma “degradação dos costumes”: é a destruição premeditada de todas as escalas, a inversão sistemática de todos os valores."
"No inferno não há degradação, porque não há a presença do bem para graduá-la."
Bem... ao menos eu não consegui evitar o estarrecimento e a perplexidade após essa bofetada... Certa, contudo, é a boa bilheteria do filme do Stallone aqui no Brasil e, VERDADE ABSOLUTA, é que o Brasil já decepciona e emputece há muito tempo. E o tal do brasileiro que se ofende com depreciações de outros países, se orgulha, não desiste nunca e tudo mais; de hábitos e valores à noções políticas e referenciais culturais, sempre se adequa, e com uma devoção canina, a tudo o que lhe é vomitado na cara; claro, desde que se possa carnavalizar o final. Quem puder, com propriedade e pertinência, que arrisque alguma defesa a este ataque, penso eu, indefensável!...
Stallone está certo
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 28 de julho de 2010
A mídia inteira está brabíssima com Sylvester Stallone porque ele disse que no Brasil você pode explodir o país e as pessoas ainda lhe agradecem, dando-lhe de quebra um macaco de presente. Alguns enfezados chegaram até a resmungar que com isso o ator estava nos chamando de macacos – evidenciando claramente que não sentem a diferença entre dar um macaco e ser um macaco.
Da minha parte, garanto que Stallone só pecou por eufemismo. Macaco? Por que só macaco? Exploda o país e os brasileiros lhe dão macaco, tatu, capivara, onça pintada, arara, cacatua, colibri, a fauna nacional inteira, mais um vale-transporte, uma quota no Fome Zero, assistência médica de graça, um ingresso para o próximo show do Caetano Veloso e um pacote de ações da Bolsa de Valores. Exploda o país como o fazem as Farc, treinando assassinos para dizimar a população, e o governo lhe dá cidadania brasileira, emprego público para a sua mulher e imunidade contra investigações constrangedoras. Seqüestre um brasileiro rico e cinco minutos depois os outros ricos estão nas ruas clamando pela libertação – não do seqüestrado, mas do seqüestrador (passado algum tempo, o próprio seqüestrado convida você para um jantar na mansão dele). Crie uma gigantesca organização clandestina, armando com partidos legais uma rede de proteção para organizações criminosas, e a grande mídia lhe dará todas as garantias de discrição e silêncio para que o excelente negócio possa progredir em paz: sobretudo, ninguém, ninguém jamais perguntará quem paga a brincadeira. Tire do lixo o cadáver do comunismo, dando-lhe nova vida em escala continental, e os capitalistas o encherão de dinheiro e até se inscreverão no seu partido, alardeando que você mudou e agora é neoliberal. Crie a maior dívida interna de todos os tempos, e seus próprios credores serão os primeiros a dizer que você restaurou a economia nacional. Encha de dinheiro os invasores de terras, para que eles possam invadir mais terras ainda, e até os donos de terras o aplaudirão porque você “conteve a sanha dos radicais”. Mande abortar milhões de bebês, e os próprios bispos católicos taparão a boca de quem fale mal de você. Mande seu partido acusar as Forças Armadas de todos os crimes possíveis e imagináveis, e os oficiais militares, além de condecorar você, sua esposa e todos os seus cupinchas, ainda votarão em você nas eleições presidenciais. Destrua a carreira de um presidente “direitista” e uns anos depois ele estará trocando beijinhos com você e cavando votos para a sua candidata comunista no interior de Alagoas.
Um macaco? Um desprezível macaquinho? Que é isso, Stallone? Você não sabe de quanta gratidão, de quanta generosidade o brasileiro é capaz, quando você bate nele para valer.
Fora essa ressalva quantitativa, no entanto, a declaração do ator de “Rambo” é a coisa mais verdadeira que alguém disse sobre o Brasil nos últimos anos: este é um país de covardes, que preferem antes bajular os seus agressores do que tomar uma providência para detê-los.
O clássico estudo de Paulo Mercadante, A Consciência Conservadora no Brasil, já expunha a tendência crônica das nossas classes altas, de tudo resolver pela conciliação. Mas a conciliação, quando ultrapassa os limites da razoabilidade e da decência, chega àquele extremo de puxa-saquismo masoquista em que o sujeito se mata só para agradar a quem quer matá-lo.
Curiosamente, muitos dos que se entregam a essa conduta abjeta alegam que o fazem por esperteza, citando a regra de Maquiavel: se você não pode vencer o adversário, deve aderir ao partido dele. Esses cretinos não sabem que, em política prática, Maquiavel foi um pobre coitado, que sempre apostou no lado perdedor e terminou muito mal. A pose de malícia esconde, muitas vezes, uma ingenuidade patética.
"Ao saber que os fãs do grupo Avenged Sevenfold ficaram revoltadíssimos com uma crítica escrita pelo jornalista Jeff Weiss no jornal Los Angeles Times (leia aqui – em inglês), fiquei pensando que tal “papagaiada” de adolescentes histéricos e medíocres certamente recebeu a aprovação da banda. E isso acontece aqui no Brasil também. Por isso, é oportuno abordar neste espaço uma verdade quase inquestionável: não apenas os fãs, mas também os artistas brasileiros não estão preparados para ouvir críticas, sejam elas construtivas ou não.
Eu poderia citar inúmeros exemplos disso, até mesmo de artistas cujo trabalho eu aprecio, como é o caso de Ed Motta (veja o cara pagando mico desnecessariamente aqui), mas lembro de um caso em particular, ocorrido anos atrás..."
(íntegra clicando no título)
Comentário:
Ah, o Régis Tadeu
Pode ocorrer das habituais crítica ácidas, tornarem-se um embrulho no estômago mesmo, com ânsia de vômito e tudo.
Sr. Régis.
Crítica, em princípio, é um exame racional.
O problema dessa tal “crítica musical” que até mesmo alguns aventureiros sem qualquer espécie de lastro se arvoram a fazer – e isso à guisa de jornalismo – pode redundar em achaques vaidosos acalorados, claramente emocionais.
O universo da crítica, nesse âmbito abordado pelo senhor, se assemelha ao da própria música enquanto objeto dessa crítica, quer dizer, é possível encontrar pérolas e ainda verdadeiros estrumes absolutamente inúteis.
Não raro, os “críticos” são autoridades auto-nomeadas que, também não raramente, não costumam aceitar opiniões contrárias às suas colocações (o bordão do roto e do esfarrapado), que normalmente se pretendem incontestáveis, o que, por fim, vai de encontro ao que os próprios críticos costumam pleitear, que é a aceitação ao seu trabalho (supostamente, a crítica).
Acredito, por fim, que o vexame e os micos dão-se de parte a parte. Artistas e críticos babacas – mesmo alguns de renome – sobejam, infelizmente.
Como sempre, gostei muito de seu texto, à exceção do triste desfecho, instituindo que quem-não-sei-o-que-isso-e-aquilo-outro deve mudar de profissão. Foi semelhante a um adolescente histérico de uma banda escrota que, à falta de bons argumentos, manda seu crítico tománucú.
Não são apenas os fãs que se revoltam quando seus ídolos são criticados. A grande maioria dos artistas também não sabe interpretar as opiniões contrárias.
"
terça-feira, 22 de junho de 2010
Marias revelam MARIA’S
Projeto Maria’s do Ver-o-peso (com Carol Peres, Dani Franco e Yorranna Oliveira) aborda vivências femininas no mercado histórico, com competência, relevância e sensibilidade.
As atenções às particularidades esteticamente ímpares do mercado do Ver-o-peso costumam vir à baila na cidade de Belém, em grande medida, quando alguma iniciativa particular consegue com o custo de algum bom trabalho, demonstrar artisticamente os detalhes diferenciais e enriquecedores do histórico cartão postal da cidade. Com inteligência, dinamismo e mesmo uma pertinência antropológica, o projeto Maria’s do Ver-o-peso lança um efetivo olhar poético sobre o mercado; apreendendo nuances que costumam desfazer-se ante a habitual desatenção do transeunte belenense que, ao passar por suas ruas, mal se dá conta da magia imagética e do amplo leque de sobrevivências históricas imersas no dia-a-dia do lugar.
Não há excessos em se afirmar que as mulheres que compõem a equipe envolvida com os trabalhos do projeto têm realizado de forma impecável todas as atividades. Faz-se necessário observar ainda a delicada percepção, o bom gosto e a aguçada sensibilidade com que a fotógrafa e jornalista Carol Peres vem gerando imagens que, com tranquilidade, traduzem de forma fidedigna o viés poético do lugar.
Por fim, as histórias por se contar acerca do singular mercado do Ver-o-peso, através da vivência de mulheres que integram sua formação e sua permanência encontram, para a boa sorte da cidade, alento em ouvintes atentas e comprometidas que realizam o projeto “Marias do Ver-o-peso.
"A harmonia entre o saber e o fazer constitui exceção – e rara... A regra é o avanço da destruição, a continuidade do procedimento irracional, a dilapidação do almoxarifado que a natureza formou na região. O combustível do avanço é o caos. O futuro dessa trajetória é o desaparecimento da maior floresta tropical do planeta." (Lúcio Flávio Pinto, em artigo. Texto na íntegra: link ou título sublinhado abaixo)
Se o atual Código Florestal fosse aplicado a toda a região, ela já estaria na condição de ilegalidade, por ter ultrapassado o limite de 20% de alteração da cobertura vegetal.
Aliança política entre JADER e ALMIR! isso não pode ser sério... tá no BLOG DO BARATA:
"ELEIÇÕES – A patética reconciliação de Jader e Almir
A política é a arte da conciliação, mas nem por isso desobriga da dignidade. Na política paraense, porém, dignidade parece ser utensílio de museu, como evidencia a patética reconciliação que se desenha entre os ex-governadores Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará, e Almir Gabriel (hoje), o ghost tucano, hoje isolado dentro do próprio PSDB, partido do qual é um dos fundadores."
íntegra: http://novoblogdobarata.blogspot.com/
Segue comentário:
É alguma brincadeira?...
Caso o noticiado seja fato e não haja equívocos, o mais rançoso será assistir aos prováveis aplausos acefalísticos de gente supostamente esclarecida em situações como estas que, ao que parece, abundam aos borbotões no cenário político nacional.
No Estado, aprovações a desmandos, inépcias, inoperâncias e mesmo desfalques, já ocorrem há muito. E simpatizantes e adictos destes dois senhores tem sempre uma justificativa apaixonadamente plausível (claro que somente em seus próprios entendimentos) para o que quer que se avente contra eles.
Os referenciais políticos adquiridos usualmente pelas corriqueiras orientações folhetinescas há décadas em voga no país, fazem com que a percepção política coletiva torne-se algo propenso à apatia, mesmo diante de quadros grotescos e inexplicáveis. A suposta (e lamentável) festa da democracia ganha um tom ainda mais nefasto à medida que a noção de festa é levada cada vez mais a sério, no âmbito da política e no particular das eleições. Diante dos eleitores paraenses, a credibilidade de figuras políticas como a destes dois senhores (a despeito das inteligências e/ou virtudes pessoais de ambos), há muito já deveria ser entendida como uma missão de resgate a ser empreendida pelos mesmos, seja como candidatos, articuladores ou apoiadores. No entanto, o empecilho maior à efetivação de tal entendimento, não é outro senão a cegueira e, pior, o desinteresse do próprio eleitorado que, não raro, ainda se envolve de forma entusiástica com o caráter festivo – propriamente dito – inapropriadamente próprio do período de eleições.
Meio que prevendo, pois, odes à desinformação nas possíveis inúmeras reações favoráveis à aliança, menciono a última discussão descompromissada que presenciei, entre pessoas supostamente esclarecidas, que teve como tema justamente as pessoas dos dois senhores aqui referidos (curiosamente, a tal aliança ainda não era sabida na ocasião, última sexta-feira à noite). No bate-papo algo acalorado, o corolário de absurdos foi desde o mais ingênuo “no fundo é uma boa pessoa e lógico que só é bom para o Estado...”, e do previsível (mas, não menos estúpido) "rouba, mas, faz", até os descabidos conclusivos “já estão podres de ricos, não têm mais nada que estar esquentando a cabeça com negócio de governar direito; vão é roubar mais mesmo!...” A nota patética do caso, é que todos os envolvidos na discussão tinham formação superior e eram bem empregados (o atenuante – ou não – é a mesa de bar que comportava a discussão... a bebida, os serviços e o lugar não eram baratos - como todo reduto típico da classe média...).
Se no fim das contas isso não for uma pegadinha é porque o grau de palermice já chegou ao máximo, já se confundindo mesmo com a própria consciência política do Estado.
Costumam me rotular de pessimista... ainda não sei se fico chateado ou se tomo como elogio...
Susana Vieira e eu na Copa do Mundo. Susana Vieira comentará as partidas na TV. Eu comentarei as partidas no rádio. Por quê? Porque ninguém se interessou em me contratar para comentar a Divina Comédia, de Dante Alighieri. Susana Vieira é minha Beatriz na Cidade do Cabo e em Johannesburgo. Eu sou um cronista como Nelson Rodrigues. Eu sou um reacionário como Nelson Rodrigues. Eu sou pago para fazer comentários sobre a Copa do Mundo como Nelson Rodrigues. Agora só tenho de me tornar um Nelson Rodrigues. Eu fui da literatura para a imprensa, da imprensa para o rádio. É por isso que simpatizo com Robinho. Ele tem uma trajetória semelhante à minha: do Real Madrid para o Manchester City, do Manchester City para o Santos. Eu simpatizo também com Kaká. Melhor dizendo: eu o idolatro. Eu gostaria de ganhar um dos maiores salários de todos os tempos para permanecer sentado no banco de reservas, tirando a franja da testa. Eu sou bom em matéria de tirar a franja da testa. Mas o jogador do Brasil com o qual realmente me identifico é Felipe Melo. Sempre que, durante o programa de rádio, Wanderley Nogueira me passa a bola, eu me embanano todo e, como Felipe Melo, acabo recuando para o zagueiro. Na Copa do Mundo, minha torcida será inteirinha para ele. Ele me representa. Vai, Felipe Melo! Mostre ao mundo do que é capaz uma pessoa sem talento, sem juízo e sem discernimento.
Mesmo com a concorrência com grandes fabricantes, segmento investe para lançar novos sabores no mercado
Adriana Lampert
Gitzler calcula em R$ 1 milhão o custo para abrir uma pequena fábrica. Foto: Marcelo G. Ribeiro/JC Pioneiro na fabricação de cerveja artesanal, o Rio Grande do Sul é reconhecido em todo o Brasil pela qualidade da bebida produzida em suas 25 microcervejarias. E, pela primeira vez, o solo gaúcho foi cenário do encontro anual que reúne cervejeiros de diversos estados brasileiros, com o objetivo de trocar ideias e informações técnicas. Entre os 300 participantes do evento, ocorrido entre 3 e 5 de junho, em Porto Alegre, além de empresários do setor - como os fabricantes das marcas Coruja, Dado Bier e Barley - outros 40 produtores artesanais do Estado assistiram a palestras, debateram sobre o mercado e degustaram diferentes tipos de cerveja. Entre outros assuntos, uma constatação foi unânime: apesar da qualidade “superior”, esta categoria da bebida sofre com a concorrência “desleal” das grandes marcas.
Produzida de forma caseira, com 100% de malte, sem aditivos químicos, e obtendo resultados com diferentes sabores e padrões de fermentação, a cerveja artesanal hoje não representa nem mesmo 2% do mercado nacional. Mas a meta do setor é crescer. “Temos um produto diferenciado, feito para ser saboreado, e não para ser consumido em massa”, enfatiza o empresário Micael Eckert, 36 anos, proprietário da marca Coruja. Fabricada em Teutônia, desde 2004, os 12 mil litros/mês da bebida são comercializados em 50 pontos de Porto Alegre e 20 locais da Serra gaúcha, principalmente em Caxias do Sul, Gramado e Canela.
Logística de distribuição requer cuidados especiais, segundo Eckert, uma vez que a cerveja caseira, por não ser pasteurizada, só tem durabilidade por trinta dias, sob refrigeração. “Precisamos carregar o produto em caminhão refrigerado, com lona térmica, e só podemos vender a quantidade que couber no freezer do comerciante. Depois ainda é preciso voltar se a validade vencer”, explana o empresário, frisando que todo esse custo é repassado ao consumidor. Isso sem contar a dificuldade para se conseguir garrafas e tampinhas, tendo em vista que a demanda é de pouca quantidade e torna os custos mais elevados.
Presidente da Associação dos Cervejeiros Artesanais do Rio Grande do Sul (Acerva Gaúcha), o advogado e contador Jorge Henrique Gitzler também é produtor caseiro. Apesar de não comercializar, ele conhece bem a dificuldade de quem tenta viver do negócio. “Para se erguer uma fábrica pequena, é preciso investir pelo menos R$ 1 milhão, e não é fácil se manter em um mercado em que as grandes marcas monopolizam as vendas”. Ele opina que, também devido ao monopólio, somente a partir dos últimos cinco anos os brasileiros passaram a conhecer outras cervejas, além das tradicionais pilsens que tomam conta da maior parte do mercado. Segundo ele, a tendência da produção artesanal é que cada vez mais surjam sabores “especiais, diferenciados e surpreendentes”.
O 5º Encontro Nacional dos Cervejeiros Artesanais contou também com um concurso nacional – que avaliou as 130 bebidas inscritas - e promoveu uma festa de encerramento no Ipanema Sports.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
QUINCAS BERRO D'ÁGUA na TV
NA FOLHA DE SÃO PAULO - 20/05/2010
Artigo de CONTARDO CALLIGARIS
(ampliação clicando no artigo)
Escrito ao Sr. Contardo
(...) sobre os outros ao redor.
É possível que nunca estejamos preparados para recebê-los e tê-los, por fim, ao redor; e nem mesmo para rodeá-los e pertencer-lhes.
Bastarmo-nos, pois, seria imprescindível para tal empreitada e, por isso deve soar libertário descobrir-se consigo próprio e, enfim, só e descansado, entendendo que “os outros” – embora alentadores – verdadeiramente causem cansaço.
Fato é que, uma vez sozinhos, raramente esquadrinhamos tal solitude e terminamos por buscar novamente e sempre, ainda que discretamente, aos outros.
Mergulhar no próprio universo exige uma assunção quixotesca da própria figura, ainda que a mesma, orgulhosamente, triste se apresente. Exige mesmo uma crença inabalável na força da magreza pessoal, intransferível e, aos próprios olhos, inexpugnável... e talvez por isso, mesmo morto, o velho Quincas persista absurdamente vivo!
E há de ser descartado o que não seja um perigosíssimo encantador ou um gigante de longos braços; ainda que o mundo inteiro julgue não vê-lo por acreditá-lo tão somente um moinho de vento (ou uma picuinha).
O gigante opressor depõe contra a própria vida e deve ser combatido, ao menos pelo bravo que entenda a si próprio como algo próximo de um engenhoso fidalgo.
Que avance, pois, o portentoso e esquálido Roncinante! (E, aqui, a carga dramática é proposital!... para se rir intimamente com a própria saga...)
Não seria o viver mais intenso, então, buscar aos gigantes e embater-se com eles, ainda que mais pareçam migalhas de amendoins ou moinhos de vento?...
Embater-se com cada um deles seria o que melhor traduziria o que há de mais intenso no correr dos dias e, tanto o Señor Alonso quanto o velho Quincas, sabiam (e hão de continuar sabendo) bem disso...
O viver plenamente – ou a colheita diária – é algo intimamente dinâmico; algo que exige do âmago inquieto que se busque diariamente as aventuras em prol de heranças e conquistas, e dos préstimos das sem par em beleza, Senhoras Dulcinéias del Toboso; para que, enfim, seja sim, cada momento único e intenso e sempre suscitando uma nova busca instigante.
De fato, viver intensamente deve ser algo lá próximo dA Morte e A Morte de Quincas Berro d’Água, lá pros lados de La Mancha...
Abraços
quarta-feira, 19 de maio de 2010
NA FOLHA DE SÃO PAULO
A MÚSICA!!! Ah, a música...
A celebrização (na acepção mais vazia da palavra) de tudo, resultante da transformação da vida em produto, nivela por baixo todos os referenciais no tocante ao entendimento das idéias do que sejam conceitos como arte, música e mesmo política e religião.
No caso da música, há muito a industria conseguiu substituí-la por quaisquer músicos (ou coisa que os valha), ou mesmo (e pior) por figuras que, caricatas ou sensuais, representem antes de tudo artefatos não necessariamente artísticos.
Por fim, se bem maquiado, com a melhor aparência e um perfume* marcante e de boa fixação, pouca importância tem o que realmente seja; seu produto vai vender.
Logicamente, os resultados beiram o nefasto, ainda que de um belo macaqueado e dissimuladamente bem perfumado, o nefasto.
em um show da “banda Cine” (eu nem conhecia) Régis Tadeu aborda o público (adolescente) e alguns de seus respectivos responsáveis para constatar que música, numa situação destas, é o que menos importa.
Régis, ao final, ironiza a situação fazendo alusão a uma vasectomia, para evitar o azar de dar mais um fã para a banda “muito ruim”, segundo o próprio.
Hoje, na semana seguinte ao programa acima referido, em artigo publicado na Folha de São Paulo, entre consternado e aborrecido Talhes de Menezes discorre sobre “A lista das mais tocadas” consagrando a “canção simplória”.
Triste...
A substituição gradativa e praticamente irreversível do simples (singelo, contudo, podendo encerrar o belo) pelo simplório (patético, tolo), vem relegando a música a um terceiro ou quarto plano de importância – e isto em seu próprio universo – e dando crias cada vez mais robustas e densas da suscitada mesmice simplória; onde, cada vez mais (grave e tristemente), vem se entendendo por boa música estes resultados infalivelmente previsíveis e carregados de uma mediocridade vista como algo valioso. E bote valor! A industria fonográfica e os produtores continuam felizes da vida e, a cada nova temporada, gerando novos semi-deuses de plástico e papelão, com os devidos e tácitos prazos de validade em algum lugar das embalagens bem acabadas; prazos estes que sempre passam despercebidos, mas (quase que invariavelmente), não falham.
(*) metáfora utilizada com todo respeito aos bons perfumistas, aos quais exprimo devotada admiração.
Segue o artigo do senhor Talhes, com a exceção de uma foto (Vitor e Leo), por inépcia minha na edição para o Blog.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
ASSALTOS no Brasil e na Inglaterra
O inusitado (ou; o absurdo, o abuso, o ridículo, o patético) sob diferentes óticas.
Na Inglaterra, em uma casa de apostas, um (judoca) apostador se arma com uma cadeira e enfrenta um assaltante, domina-o até a chegada da polícia e recebe, por fim, recompensas pela atitude.
No Brasil – é brincadeira!... – em mais um episódio vergonhoso de saidinha bancária, mais uma lambança policial que, para emporcalhar ainda mais o vexame, ocorre dentro de uma delegacia!!!
Na seqüência nefasta, uma mulher saca dinheiro, entra na delegacia para registrar um B.O., é abordada por dois bandidos dentro da delegacia, trava luta corporal com os dois, joga a bolsa para trás de um balcão onde estavam os dois policiais e, por fim, perde a briga e a bolsa.
Os policiais em questão, que assistiram a tudo compenetrados, disseram preferir não se envolver por acreditarem ser uma briga de casal! (êêêêta nóis!!! pode rí Birigui!!!)
Quer dizer, melhorou tudo, não!? Se for casal não tem violência!...
A senhora além de engolir o pedregulho do desrespeito à sua cidadania, com todo o episódio do assalto, ainda é apedrejada pelo machismo estúpido dos policiais despreparados.
Esse Brasilzão é um sonho...
Abaixo os links das notícias veiculadas no ESTADÃO online. E é com (des)prazer que reutilizo a foto que segue... (extraída do REDENÇÃO.NET)
Meu Deus, deve haver quem possa, não é possível!...
Votação do projeto FICHA LIMPA no Senado Federal, quem sabe na semana que vem!...
ESTADÃO online:
"Senado pode votar projeto do Ficha Limpa já na quarta 14 de maio de 2010
9h 43
O PT do Senado começou a recolher assinaturas para votar em regime de urgência o projeto Ficha Limpa, que barra a candidatura de políticos condenados pela Justiça. A votação rápida da proposta é reação dos líderes partidários às declarações do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que disse que o Ficha Limpa "não é um projeto do governo, é da sociedade". O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e relator do projeto, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), anunciou que apresentará seu parecer na quarta-feira. A ideia é votar o projeto no mesmo dia..."
ELEIÇÕES!!! A (até parece que) festa da democracia!!!
Muito, muito e muito CIRCO e algum PÃO... e tudo vai continuar exatamente com está. Novas tinturas sobre a velha carcaça, alguma química e costumizações na roupa desgastada e a gente novamente acreditando que dessa vez vai!...
Há pouco o de sempre nos desserviços e deficiências:
- a irritação costumeira com um malfadado telefonema – com uma tempestade de ruídos no aparelho – para uma repartição próxima, há três quadras daqui
- a espera habitual pelo transporte coletivo habitualmente lotado, com a habitual má vontade dos funcionários da empresa de transporte, no habitual emperramento do trânsito
- o noticiário azucrinando com os informes sobre a ausência do poder público pra onde quer que se olhe
- candidatos cândidos, sorridentes e solícitos
- candidatos cândidos, sorridentes e solícitos nas eleições passadas com sérios problemas de credibilidade e, não raro, com problemas com a justiça
- contas em atrazo
- apologias espetaculares à mediocridades, cada vez mais ganhando um absurdo status de excelência e integrando sorrateiramente a esfera da normalidade
enfim
tudo exatamente como sempre foi...
insucesso
“A TV, por sua natureza, transforma tudo em espetáculo...” (“O Pão e o Circo” – Carlos Heitor Cony, na Folha de São Paulo de hoje (13/05) – segue abaixo)
Mas, olha só!... Será que alguém esperava que fosse diferente?
Ora, bolas!
E quem, em uma sala mal cheirosa, há de mostrar a própria mão amarela?
É a FOLHA ONLINE quem diz o seguinte:
"12/05/2010 - 13h21
Não há acordo para apressar votação de "ficha limpa" no Senado, diz líder do governo
NOELI MENEZES
da Sucursal de Brasília
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR),
afirmou nesta quarta-feira que não existe acordo para votar com urgência o projeto de lei que proíbe a candidatura de quem tem problemas com a Justiça.
"O Senado tem que se debruçar sobre a matéria, discutir, emendar o que tiver que emendar. Isso é um assunto de muita responsabilidade, mexe com a vida das pessoas e com o futuro de cada parlamentar. Eventualmente, todos nós poderemos estar no futuro inserido em qualquer uma dessas situações. É importante que fique claro os mecanismos e os instrumentos de defesa e a legalidade e a constitucionalidade da matéria."
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP),
disse, num primeiro momento, que iria propor "aos líderes que nós façamos um requerimento de urgência". Depois de se reunir com os deputados Índio da Costa (DEM-RJ) e José Eduardo Cardozo (PT-SP), Sarney recuou de sua declaração: "Todos sabemos que essa é uma casa colegiada. O que posso dizer é que somos favoráveis à proposta.""...
"Mulher branca diz ter tido bebê negro concebido em um filme pornô 3D"
(eu, heim!?... masserá pussívi???)
"Uma desculpa esfarrapada das piores ou um fenômeno que a ciência ainda precisa desvendar?... Uma mulher americana diz que engravidou assistindo a um filme pornô em 3D..."
Segundo a publicação, a mulher que gerou um bebê negro é branca igualmente ao marido (presumivelmente ausente na ocasião).
Como o ator do filme em questão era negro, a mãe do fofissimo fruto do "intercurso sexual entre as duas raças (branca e negra)", alegou ser tudo possível com os avanços tecnológicos.
Hilaridade à parte, há de atentar-se à legitimidade da postagem, uma vez que o caso não teve a grande repercussão que se pode esperar de situações como esta.
Enfim, segue o link: http://www.pop.com.br/popnews/noticias/poptrash/342587-Mulher_branca_diz_ter_tido_bebe_negro_concebido_em_filme_porno_3D.html
GUITARRISTA Antônio Coelho Neto (com o projeto "VERTIGEM") apresenta-se hoje (30/03) no programa TIMBRES, veiculado pela TV Cultura do Pará e gravado na capela do São José Liberto, às 18hs.
Com um virtuosismo marcante e contundente, Antônio (nascido em Belém e morando em Marabá-PA, atualmente) apresenta um domínio sólido do instrumento e é dono de uma pegada cheia de propriedade que, seguramente, o coloca entre os grandes guitarristas do país. Sem maiores rodeios; o cara é muito bom!
O músico assina todas as músicas do show (à exceção de alguma cover de responsa que abaca rolando) e vem acompanhado pelo baixista Geraldo Rocha e pelo baterista Leciano Montepalma, ambos de Marabá.
Ao 82 anos, José Ramos Tinhorão está mais lúcido do que muito garoto de 20. Como se não bastasse a clareza das ideias apresentadas na entrevista feita por telefone, o mais recente livro do jornalista, A Música Popular Que Surge na Era da Revolução, mostra o conhecido e impressionante vigor do autor.
A obra, que remonta ao século 18 para jogar luz sobre o surgimento da música popular urbana, cuja base se deu durante o conturbado período da Revolução Francesa (1789), revela ao leitor como gêneros essencialmente negros do Brasil, como a modinha e lundu, conseguiram invadir os portentosos salões da nobreza branca portuguesa graças ao êxodo do violeiro brasileiro Domingos Caldas Barbosa.
(Tinhorão, por Lauro Ribeiro da Silva - fonte: site Novo Milenio)
Tinhorão lamenta hoje que algumas pessoas o tenham marcado por algumas críticas que fez em sua longeva carreira em periódicos, como a dirigida a Tom Jobim, e se esquecem da importância de sua trajetória. Porém, é impossível ignorar que, no que diz respeito à qualidade dos textos e o rigor com informações históricas, Tinhorão é o maior pesquisador de música popular vivo no país.
A prova está em seu novo livro, cujo trabalho de pesquisa impressiona, já que o autor escancara minúcias do século 18. Analisa, por exemplo, como a música foi gradativamente deixando de ser mero acessório nos teatros, que reproduziam o discurso oficial dos governantes, para se tornar artigo primordial de protestos dos revolucionários, transformando-se de hinos em verdadeiras canções.
Material todo recolhido por Tinhorão, que desde jovem se enfurnava em sebos e bibliotecas atrás de novidades que hoje são artigos raríssimos.
– Sou um cara muito chato, não tenho preguiça de ler. A academia no Brasil se ampara muito em bibliografia europeia, eu fiquei sozinho na raia – diz.
A Música Popular Que Surge na Era da Revolução, José Ramos Tinhorão. Editora 34, 176 páginas, R$ 32.
Antes de começar a tratar do assunto aqui proposto, alerto que não sou especialista em arte nem em rock. Além de apreciador de canções, quando muito sou letrista, e ainda por cima bissexto. E é nesse território que eu me aventuro a andar, mas mesmo assim pisando em ovos. Feitas estas observações, vamos ao que interessa antes que o leitor se canse, se é que já não foi ler algo mais interessante.
O rock já não mais um adolescente. Há mesmo bandas que apesar de sugerirem isso em Belém, como Babyloides e Delinqüentes, já alcançaram a maioridade. Mas o ímpeto adolescente que move a cultura do rock faz com que a todo momento jovens de idade ou de espírito montem suas bandas.
Mas pra muitos quem faz rock será sempre o jovem imaturo demais pra ter sua produção levada a sério como obra de arte. Não que isso seja fundamental pra afirmação do rock, mas é que há bandas cujo diálogo extrapola as fronteiras do rock, dialogando com vários outros estilos musicais, mesmo com diferentes linguagens artísticas. É o caso de bandas como Norman Bates, que já traz no nome a alusão ao cinema e que dialoga com o pós-concretismo e com a decadência e a estranheza visceral de Augusto dos Anjos; era o caso também da Euterpia, herdeira pós-tropicalista da antropofagia oswaldiana. Também podemos citar a infelizmente dissolvida banda Cravo Carbono, com a poesia densa e moderna de Lázaro Magalhães e o Coisa de Ninguém, banda da qual, segundo a Keila eu sou o principal letrista.
Há muitas outras, as bandas aqui citadas são apenas um pequeno exemplo. Pode até o leitor que seja músico dizer, “Égua, esse cara não fala nada de música”. A esse leitor com razão contrafeito eu digo que isso é por ignorância e não por desprezo ou antipatia pelos músicos. Mea culpa feito, chego ao centro do problema que me mobilizou a essas mal digitadas linhas. O fato é que essas bandas, possuidoras de um trabalho especial com a letra, não alcançam o reconhecimento por parte daqueles que não cansam de chamar Chico, Gil e Caetano, de poetas da MPB (mesmo havendo coisas horríveis na MPB que são aplaudidas, mas isso eu trato num próximo texto). Tudo bem que Renato Russo e Cazuza conseguiram esse reconhecimento, mas eles são apenas as exceções que confirmam a regra. E em Belém há um duplo exílio para esse tipo de banda: são tidas como sérias demais pros adolescentes (talvez daí tenha saído o título córtex do último disco do cravo carbono); e adolescentes demais pros sérios apreciadores de canções. O exílio é confirmado pelo fato de apenas há poucos anos as rádios sem fins piratas terem inserido algumas bandas locais em suas programações normais, tirando essa produção do espremido cubículo temporal de uma hora por semana dos programas de rock. Acredito que essas bandas ensaiaram sair da catarse culinária que geralmente movimenta a cultura de massa grossa. Nelas eu percebo aqui uma benjaminiana cultura de massa fina, ou seja, uma tentativa de dar um tratamento estético para além do mero objeto de consumo descartável. Tal ousadia estética percebemos claramente nas letras de Lázaro Magalhães, por exemplo, cujas composições, juntamente com a música da sua ex-banda são objeto de estudo de mestrado em artes da aqui já citada vocalista e pesquisadora Keila Monteiro. Mas as perspectivas não são derrotistas, acho que o tempo trará um olhar mais detido sobre essas obras. Todos sabemos que os objetos estéticos têm seu próprio tempo, que prescinde da urgência do showbizz, e ultrapassa muitas vezes a própria vida de seus criadores. que o tempo comprove que a história é mãe e não madrasta.
( * ) Mestre em Letras pela Universidade Federal do Pará, poeta e letrista, Clei de Souza (pai de Aquiles e Diadorim) integra as bandas “Coisa de Ninguém” e “Quem Pariu Eutanázio”.
Seria cômico, se não se passasse no quintal de casa...
Postado por "Ze Dudu", em "Piadas" (link abaixo)
http://www.zedudu.com.br/?m=201002&paged=2
Quando você for prestar depoimento em um Tribunal, tente ter o tirocínio deste policial. Ele estava sendo interrogado, e o advogado de defesa tentava abalar sua credibilidade:
Advogado: – Você viu meu cliente fugir da cena do crime ?
Policial: – Não senhor. Mas eu observei logo em seguida um elemento
com a descrição do criminoso correndo a algumas quadras de distância.
Advogado: – E quem forneceu a descrição do criminoso ?
Policial: – O policial que chegou primeiro no local do crime.
Advogado: – Um colega policial forneceu as características do suposto
criminoso. Você confia nos seus colegas policiais ?
Policial: – Sim senhor. Confio a minha vida.
Advogado: – A sua vida ? Deixe-me fazer uma pergunta. Na sua delegacia tem
um vestiário onde vocês trocam de roupa antes de sair para trabalhar ?
Policial: – Sim senhor, temos um vestiário.
Advogado: – E vocês trancam a porta com chaves ?
Policial: – Sim senhor, nós trancamos.
Advogado: – E o seu armário, também tranca com cadeado ?
Policial: – Sim senhor, eu tranco.
Advogado: – Por que então policial você tranca seu armário, se quem divide
o vestiário com você é o mesmo colega a quem você confia sua vida ?
Policial: – Veja bem doutor, nós estamos dividindo o prédio com o Tribunal de Justiça, e algumas vezes nós vemos advogados andando perto do vestiário.
A platéia irrompeu-se em gargalhadas, e a sessão foi suspensa.
No disparate da violência em Fortaleza (um simples recorte de uma situação nacional), um aposentado de 62 anos é vítima de um bandido, da ineficácia e ineficiência da polícia e da extrema incapacidade do Estado na prevenção à violência.
Já está mais do que tarde – e as vítimas que o digam!... – para que se compreenda a necessidade da assunção do estado de guerra na qual o país está mergulhado.
O cidadão ordeiro e decente precisa ter o direito previsto em lei, no que diz respeito opção pelo preparo e pelo cuidado com a defesa da própria integridade.
O poder público NÃO DÁ CONTA!... E é de uma inocência retrógrada acreditar no contrário.
O discurso pacifista continua belíssimo e, se necessário por um lado, oblitera por outro o caminho árduo para se alcançar a paz; seja este caminho o da guerra física para que a própria guerra seja extinta; ou seja o da evolução espiritual, do qual distanciamo-nos a passos largos e deliberadamente, a cada dia.
É provável que a imagem do senhor de 62 anos sendo baleado, roubado e levantando-se desnorteado após a violência, se evapore do campo de visão nacional bem mais cedo do que se imagine.
Não reagir à violência – e estou certo da não necessidade de qualquer menção mais detalhada do quanto esta expressão, aqui, pretenda extrapolar a idéia da simples não reação a um assalto – é algo prestes a nos habituar ao “bom convívio” com o absurdo.
As contra-reações às posturas reativas a estes particulares, tendem às frases feitas da ordem das “violência gera violência” e “pela paz disso, aquilo e não sei o que mais...”, com as devidas alusões aos medievalismos enquanto caracterizações àquelas idéias de respostas contundentes aos atos de violência que têm acometido o país.
Questiono, então; estar em guarda contra isso, enfim, defender-se, não é algo próprio da natureza humana? Ou estou enganado e o bufão sou eu?...
Entre o comodismo, a inocência (ou burrice mesmo) e uma considerável inversão de valores, cremos estupidamente que o Estado e as instituições estabelecidas, e que o poder constituído e sua alçada, enfim, algo que acreditamos nos representar pode e deve dar conta de nós mesmos.
E o resultado mais óbvio, por fim, só tem nos massacrado e nos levado a semi-estarrecimentos abobalhados, quando perguntamos a ninguém "por que as coisas têm que se assim?" e igualmente pra ninguém, dotados de uma indignação inerme, afirmamos: "é um absurdo!".
Algo típico do medievo (reiterando; normalmente apontado para caracterizar a reação à violência, nestes casos) é a convivência com massacres e com a crueza da morte.
Não reagir, e nem mesmo sequer pensar nisso, é anuir à incapacidade de controle que se afigura de forma impositiva diariamente no seio de nossa sociedade. É estar conivente, acomodado e indiferente ao vexame que, tão firmemente, vem se corporificando dia após dia.
Repetindo-me, então, como já o fizera em outras ocasiões; resta, por fim, aguardar a vez de tombar gratuitamente e sumir das retinas desinteressadas da nação...
Que se repense com seriedade a questão do armamento civil.
(vídeo: Jornal Bom dia Brasil - Globo News - em 26/02/2010)
Nossa adequação social ao absurdo já deveria estar catalogada como psicopatologia gravíssima. Verdadeiramente, além das condolências à família, não cabe nada além da perplexidade e do estarrecimento ao dar-se conta de nosso cretinismo na conformação deste arremedo de sociedade civil que integramos. Após a estupidez da inerme pena sócioeducativa, quer dizer que um dos assassinos do garoto João Hélio (aos 6 anos de idade) ganha liberdade e prerrogativas para começar uma nova vida no exterior? Tal grau de indecência social já não merece mais notas de repúdio e protestos indignados que, certamente, comporiam o departamento dos artigos de perfumaria no rol de prioridades e atenções do país. Lembrar também que estamos afundando em alto mar e festejando o fato já soa tautológico (ou soaria, se a consciência nacional ao menos uma vez se desse conta da letargia na qual se encontra imersa). Parece-me, então, que só resta aguardar a vez de também tombar de graça.
O senhor Olavo de Carvalho discorre (link) com propriedade e precisão sobre o ocorrido: http://www.olavodecarvalho.org/semana/100308dc.html
e a notícia veiculada em “O DIA ONLINE” diz o seguinte:
“Moradia no exterior após pena por morte de João Hélio
Ao completar maioridade e cumprir medida socioeducativa, jovem ganha liberdade e vai viver no exterior, com garantia de casa e identidade novas para recomeçar a vida Rio - Três anos depois de participar do assalto que resultou na morte brutal do menino João Hélio Fernandes, de 6 anos — arrastado por sete quilômetros em ruas de bairros da Zona Norte —, Ezequiel Toledo de Lima, que na época era menor de idade e hoje tem 18 anos, ganhou a liberdade. Após cumprir a pena socioeducativa, o rapaz voltou para as ruas dia 10.
Assaltantes abandonaram carro na Rua Caiari, com o menino já morto, após ser arrastado por 7 quilômetros | Foto: João Laet / Agência O DIA Mas, temendo represálias e ameaças sofridas, inclusive no do Instituto João Luiz Alves, na Ilha do Governador, onde estava, ele foi morar no exterior com a família. A mãe do rapaz também teria sido ameaçada...” (íntegra no link abaixo)
E então? O Tribunal de Haia não tem braço forte para executar as prisões - De que valem, pois, as sentenças?... Aqueles Rambos e Comandos Delta de plantão, não serão convocados para o Bashir?... Talvez ninguém tenha qualquer lucro direto com isso, daí a ineficácia. É de se esperar que a impertinência destas linhas seja absurda e que tudo termine bem... é de se esperar...
isso de esperança cansa.
Tribunal abre caminho para Bashir ser indiciado por genocídio
"Bashir é acusado de estar por trás de mortes na região de Darfur, no oeste do país, que desde 2003 é palco de um conflito envolvendo milícias pró-governo e grupos rebeldes que já matou cerca de 300 mil, segundo as Nações Unidas..." "O tribunal em Haia --a primeira corte permanente para julgar crimes de guerra-- não conta com força policial e depende da cooperação dos Estados para prender suspeitos, mas Bashir tem o apoio de vários líderes, principalmente de países africanos e do Oriente Médio, e vem evitando a prisão. Desde que foi emitido o mandado de prisão, Bashir já visitou o Qatar, a Etiópia e o Zimbábue, entre outros países..." integra: FOLHA ONLINE http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u688808.shtml
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Aguardando ansioso!!!
"Novo álbum trará 12 gravações inéditas de Jimi Hendrix"
"Quarenta anos depois de sua morte, 12 gravações do lendário guitarrista norte-americano Jimi Hendrix serão lançadas pela primeira vez no disco "Valleys of Neptune", que será lançado em março."