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domingo, 20 de março de 2016


Em:
FOLHA DE SÃO PAULO
Frederico Vasconcelos
Interesse Público
(link)

20/03/2016  14:30

“Questões complexas longe do senso comum”

POR FREDERICO VASCONCELOS
O texto a seguir é de autoria de Roberto Wanderley Nogueira, juiz federal no Recife.

As intranquilidades do cenário social e político brasileiro exigem compreensão e clareza sobre os acontecimentos que se sucedem, bem antes de que se nos deixemos sensibilizar por repercussões midiáticas no sentido da consolidação de versões apaixonadas, para o um lado ou para o outro, antes de realmente esclarecidas.
Pois bem. Os atos processuais são públicos. O sigilo de Justiça é exceção. O povo tem direito fundamental ao governo honesto em suas diversas esferas de atuação. Não há inflexão possível para esse paradigma constitucional.
Por isso mesmo, nada do que se passa nos bastidores do poder pode permanecer infenso ao povo, ao seu escrutínio, porque o povo é o poder emanado e somente em seu nome será exercido na democracia representativa. Assim, não se cogita de ilegalidade alguma o decreto judicial de sigilo processual e a sua suspensão pelos motivos lá fundamentados.
O tirocínio de conveniência legal sobre as possibilidades de se instituir sigilo processual de rotinas investigativas compete exclusivamente ao juiz natural no âmbito do processo regular. E o que basta à conduta de um magistrado revestido de função jurisdicional para isso é o seguinte: fundamentar os seus veredictos e nada além.
O que sobejar a mais é especulação ou ideologismo (no pior de seus sentidos, o da manipulação da opinião pública em favor do antidireito). Talvez diversionismo que pode servir ao propósito de alguma defesa indireta que já não sustente uma frontal objeção ao argumento de imputação específico.
Com toda certeza, cada caso é um caso e o exame abalizado de cada um deles exige o conhecimento direto dos autos respectivos, pois do contrário apenas especulamos. Em tese, porém, pode-se afirmar que se um advogado entra em conluio com o seu cliente, aquele se torna cúmplice deste em caso de delinquência.
Piero Calamandrei – “Eles os Juízes, vistos por Nós, os Advogados” – ensinou que não nos preocupássemos demais com os advogados que, ao perderem suas causas, desanquem a falar aos borbotões dos magistrados que não os favoreceram.
Que ninguém se anime a tirar conclusões precipitadas sobre questões altamente complexas que andam longe do entendimento do senso comum. Para se combater a corrupção sistêmica, por exemplo, não se pode compreender que um Estado seja tíbio em sua ação persecutória, pois do contrário o Estado seria engabelado pela corrupção. Nenhum cidadão de bem vai jamais querer que isso aconteça. É a tranquilidade das atuais gerações e a saúde das futuras que está em jogo.
A história pede sempre passagem!
Repórter especial, trabalha na Folha desde 1985. No blog, reúne textos investigativos, aborda gastos públicos, política nacional e judiciário. É autor dos livros 'Fraude' e 'Juízes no Banco dos Réus'.

Perfil

Frederico FasconcelosFrederico Vasconcelos é repórter especial da Folha, onde trabalha desde 1985. Nasceu em Olinda (PE), em 1944. Formado em jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco, exerce a profissão desde 1967.
Começou sua carreira em Recife como repórter da sucursal Norte/Nordeste da antiga revista “Manchete”. Foi repórter, editor e secretário de redação da “Gazeta Mercantil”, em São Paulo.
É autor dos livros “Fraude” (Scritta, 1994), que revela os bastidores das importações superfaturadas de equipamentos de Israel no governo Orestes Quércia, em São Paulo, “Anatomia da Reportagem – como investigar empresas, governos e tribunais”, editado pela Publifolha e “Juízes no Banco dos Réus” (Publifolha, 2005) sobre investigações jornalísticas que realizou na Justiça Federal paulista durante seis anos. Este livro recebeu o Prêmio Jabuti em 2006, segundo colocado na categoria livro-reportagem.
Pelos seus trabalhos, recebeu, entre outros, o Prêmio Esso, o Prêmio Bovespa de Jornalismo, o Prêmio BNB de Imprensa, o Prêmio Icatu de Jornalismo Econômico e foi finalista do “Premio a la Mejor Investigación Periodística de un Caso de Corrupción”, do Intituto Prensa y Sociedad e Transparency International Latinoamérica y El Caribe.
Nas horas vagas, dedica-se a outro teclado: toca piano (Jazz e MPB).












































quinta-feira, 20 de maio de 2010

QUINCAS BERRO D'ÁGUA na TV

NA FOLHA DE SÃO PAULO - 20/05/2010

Artigo de CONTARDO CALLIGARIS

(ampliação clicando no artigo)
























Escrito ao Sr. Contardo

(...) sobre os outros ao redor.

É possível que nunca estejamos preparados para recebê-los e tê-los, por fim, ao redor; e nem mesmo para rodeá-los e pertencer-lhes.

Bastarmo-nos, pois, seria imprescindível para tal empreitada e, por isso deve soar libertário descobrir-se consigo próprio e, enfim, só e descansado, entendendo que “os outros” – embora alentadores – verdadeiramente causem cansaço.

Fato é que, uma vez sozinhos, raramente esquadrinhamos tal solitude e terminamos por buscar novamente e sempre, ainda que discretamente, aos outros.

Mergulhar no próprio universo exige uma assunção quixotesca da própria figura, ainda que a mesma, orgulhosamente, triste se apresente. Exige mesmo uma crença inabalável na força da magreza pessoal, intransferível e, aos próprios olhos, inexpugnável... e talvez por isso, mesmo morto, o velho Quincas persista absurdamente vivo!

E há de ser descartado o que não seja um perigosíssimo encantador ou um gigante de longos braços; ainda que o mundo inteiro julgue não vê-lo por acreditá-lo tão somente um moinho de vento (ou uma picuinha).

O gigante opressor depõe contra a própria vida e deve ser combatido, ao menos pelo bravo que entenda a si próprio como algo próximo de um engenhoso fidalgo.

Que avance, pois, o portentoso e esquálido Roncinante! (E, aqui, a carga dramática é proposital!... para se rir intimamente com a própria saga...)

Não seria o viver mais intenso, então, buscar aos gigantes e embater-se com eles, ainda que mais pareçam migalhas de amendoins ou moinhos de vento?...

Embater-se com cada um deles seria o que melhor traduziria o que há de mais intenso no correr dos dias e, tanto o Señor Alonso quanto o velho Quincas, sabiam (e hão de continuar sabendo) bem disso...

O viver plenamente – ou a colheita diária – é algo intimamente dinâmico; algo que exige do âmago inquieto que se busque diariamente as aventuras em prol de heranças e conquistas, e dos préstimos das sem par em beleza, Senhoras Dulcinéias del Toboso; para que, enfim, seja sim, cada momento único e intenso e sempre suscitando uma nova busca instigante.

De fato, viver intensamente deve ser algo lá próximo dA Morte e A Morte de Quincas Berro d’Água, lá pros lados de La Mancha...

Abraços

quarta-feira, 19 de maio de 2010

NA FOLHA DE SÃO PAULO







A MÚSICA!!! Ah, a música...

A celebrização (na acepção mais vazia da palavra) de tudo, resultante da transformação da vida em produto, nivela por baixo todos os referenciais no tocante ao entendimento das idéias do que sejam conceitos como arte, música e mesmo política e religião.

No caso da música, há muito a industria conseguiu substituí-la por quaisquer músicos (ou coisa que os valha), ou mesmo (e pior) por figuras que, caricatas ou sensuais, representem antes de tudo artefatos não necessariamente artísticos.
Por fim, se bem maquiado, com a melhor aparência e um perfume* marcante e de boa fixação, pouca importância tem o que realmente seja; seu produto vai vender.
Logicamente, os resultados beiram o nefasto, ainda que de um belo macaqueado e dissimuladamente bem perfumado, o nefasto.

Na primeira edição do programa “Na Mira do Régis” (segue o link) http://br.video.yahoo.com/watch/7467154/19698626
em um show da “banda Cine” (eu nem conhecia) Régis Tadeu aborda o público (adolescente) e alguns de seus respectivos responsáveis para constatar que música, numa situação destas, é o que menos importa.
Régis, ao final, ironiza a situação fazendo alusão a uma vasectomia, para evitar o azar de dar mais um fã para a banda “muito ruim”, segundo o próprio.

Hoje, na semana seguinte ao programa acima referido, em artigo publicado na Folha de São Paulo, entre consternado e aborrecido Talhes de Menezes discorre sobre “A lista das mais tocadas” consagrando a “canção simplória”.

Triste...
A substituição gradativa e praticamente irreversível do simples (singelo, contudo, podendo encerrar o belo) pelo simplório (patético, tolo), vem relegando a música a um terceiro ou quarto plano de importância – e isto em seu próprio universo – e dando crias cada vez mais robustas e densas da suscitada mesmice simplória; onde, cada vez mais (grave e tristemente), vem se entendendo por boa música estes resultados infalivelmente previsíveis e carregados de uma mediocridade vista como algo valioso. E bote valor! A industria fonográfica e os produtores continuam felizes da vida e, a cada nova temporada, gerando novos semi-deuses de plástico e papelão, com os devidos e tácitos prazos de validade em algum lugar das embalagens bem acabadas; prazos estes que sempre passam despercebidos, mas (quase que invariavelmente), não falham.

(*) metáfora utilizada com todo respeito aos bons perfumistas, aos quais exprimo devotada admiração.

Segue o artigo do senhor Talhes, com a exceção de uma foto (Vitor e Leo), por inépcia minha na edição para o Blog.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

POLÍTICA

E no coração do Brasil (aliás, mostra a cara e tira rápido, que a bofetada já vêm)

















Charge do Penett na "Folha" de hoje (14/05)