quarta-feira, 3 de agosto de 2011


Mulheres "E" Homens
(se somar, dá certo!...)

Pela igualdade e entendimento
(Segue comentárido após o artigo de Léo Luz)




















ilustração: "Ele & Ela" - por Lívia Taisa (http://pargaia.blogspot.com/)


A internet e a solidão feminina

link: http://brasil247.com.br/pt/247/cultura/10516/A-internet-e-a-solid%C3%A3o-feminina.htm 

Será que os homens ficaram todos feios, casados e desinteressantes? Duvido. Então qual seria o problema? Respondo sem pestanejar: a internet


03 de Agosto de 2011 às 11:31

Léo Luz

 








Ultimamente vejo muitas mulheres reclamando que faltam homens minimamente atraentes, solteiros e interessantes no “mercado”. Quantitativamente, a proporção entre homens e mulheres não mudou muito nas últimas décadas. Logo, o problema não é quantitativo. Homossexuais? Tampouco houve uma bolha – sem trocadilhos, por favor – de pessoas saindo do armário das ultimas décadas. Aumentou um pouco, mas nada fora do normal. Então o problema seria qualitativo? Será que os homens ficaram todos feios, casados e desinteressantes? Duvido. Então qual seria o problema? Respondo sem pestanejar: a internet.

Eu não estou sendo catastrofista e achando que a internet é a causa de todos os males da humanidade. Da maioria deles, sim, mas não de todos. Deixo claro também que sou muito grato à internet por ter nos trazido coisas incríveis como calculadoras de churrasco online, sites pornográficos com busca detalhada por cor de cabelos e – Deus salve a internet! – pelo vídeo do Sílvio Santos e o bambu. Mas por essa queixa das mulheres a grande rede de computadores é sim a culpada. Acompanhem o raciocínio a seguir.

Dos anos oitenta pra baixo, você crescia uma criança brincando com outras crianças. Crescia um adolescente fazendo o que quer que fosse com outros adolescentes. Crescia um jovem entre outros jovens. Simples assim. E desse jeito, um adolescente crescia fazendo besteiras com as mulheres, sem jeito, falando bobagens, tentando alcançar a base dois – mesmo sem saber o que diabos era a base dois – e por aí vai. Desenvolvia-se um mínimo trato social com as mulheres. Alguns aprendiam bem e viravam conquistadores. Outros, meu caso, mais tímidos, aprendiam a escrever ou a tocar violão para suprir a falta de gogó. Mas mesmo nós, os nerds, aprendíamos a lidar com as mulheres. À nossa maneira, mas aprendíamos.

Aí veio a internet e seu mundo “virtual”. Na internet o trato pessoal acabou. Você está a quilômetros de distância da pessoa e provavelmente ela nunca te viu antes. Assim crianças e adolescentes crescem tendo um milhão de “amigos” virtuais, centenas de “conquistas” de internet, feitas a partir da mistura bem feita de frases de efeito e cantadas clássicas de filmes, tudo ao alcance do mouse. Essa espécie de trampolim para a desinibição funcionaria, não fosse o efeito colateral devastador que ele tem: o de diminuir a quantidade e a qualidade das relações pessoais que acontecem pessoalmente entre duas pessoas (foi de propósito o pleonasmo, não precisam mandar e-mail pro editor me demitir).

E assim, as mulheres, sempre mais maduras do que nós homens, aderiram à essa nova onda virtual, mas continuaram vivendo fora dela, atitude que não foi seguida por muitos homens dessa geração. E assim, nos bares, boates, praias e outros lugares de azaração onde não se encontra velhos usando palavras como “azaração”, as mulheres têm suas escolhas limitadas a alguns poucos homens que ainda preferem o bom e velho olhos nos olhos, ou a alguns homens da internet perdidos, que não vão saber o que falar e onde por as mãos (nem se é para por a mão em algum lugar), e que vão tentar se aproximar com frases de efeitos e cantadas retiradas de algum site com “As 50 melhores cantadas do mundo”. E essa frase foi provavelmente a maior frase do mundo sem um ponto. Mas voltando ao assunto, por isso, mulheres, só lhes restam duas opções: se infiltrar na internet e buscar os homens na marra, ou se divertir com os poucos que se mantiveram sociais e dividi-los entre vocês. E a não ser que vocês ofereçam banda larga barata, varem a noite jogando no computador ou usem lingerie com motivos de pixels ou do Mario, é melhor irem se resignando com a escassez e catarem os poucos que ainda restam. Ou, na pior das hipóteses, cartas para a redação.


Comentário ao artigo

"A internet e a solidão feminina" 
(de Léo Luz - no "Brasil 247")

Caríssimo; muito interessante, mas, me permita discordar.

Onde uma boa estima bastaria, acho que existe uma crescente superestima das mulheres pelas próprias conquistas, de modo a criar um embate de gênero em qualquer assunto que seja minimamente pertinente.

A louvável saída da cozinha, do tanque e da cama para escritórios e variados postos de comando ainda é, em muito, vivenciada pelo comum da percepção feminina como vitórias em uma disputa contra um inimigo (o homem), podendo mesmo ocorrer o anseio não pela superação de uma situação, de uma condição de inferiorização, ou de um problema, mas, de um “oponente”(sim, o homem).

Pode-se observar em algumas discussões acaloradas sobre gênero (quase sempre redundando em sexismos) que existe um anseio por supremacia (onde o tão propalado sentimento de igualdade seria mais apropriado) e, não raro, manifestações de recalques misândricos, que só aparentemente são inofensivos. 

Não obstante, a negação de hábitos e valores masculinos – e não estou falando de machismos, e nem pretendo – coloca em xeque homens que querem compreender por que são considerados tão desinteressantes e que, procurando se adequar ao que as mulheres esperam deles, terminam por se tornar, de fato, assim (desinteressantes). 

E bem, no tocante à diminuição da quantidade e qualidade das relações pessoais (com o febrão da net) – acho que do contato físico mesmo entre duas pessoas – creio que não seja demais dizer que, nesse caso, a via seria de mão dupla!... quero dizer, homens também se queixariam de uma falta de mulheres interessantes no “mercado”.

Por fim, penso que a implosão do machismo em favor da igualdade entre homens e mulheres (para que se entrevejam interessantes), é um bem inevitável; entretanto, é preciso que se pense bem no que se pretende em substituição; uma vez que uma dose de tensão entre pares pode ser até saudável, contudo, um eterno embate visando a superação e a diminuição do outro e de tudo o que lhe diga respeito, nada mais se mostraria que uma recorrente opção pela estupidez.

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