terça-feira, 2 de setembro de 2014

Por outro ângulo


Preliminares

Como seriam os super-heróis se eles fossem desenhados como as heroínas?


Por  | Preliminares – seg, 1 de set de 2014 06:46 BRT
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Super-heróis são fortes e ágeis. Heroínas são gostosas. Não importa se elas estão salvando o mundo, a maneira que as retratam é sempre a mesma: com muito destaque para seu corpo incrível e pouco para o que elas têm a fazer. Bobeira de quem não tem o que fazer? Ok, vamos aos fatos.

Em 2011, por exemplo, uma das imagens promocionais do filme Vingadores mostrava todos os heróis exibindo suas habilidades, enquanto a Viúva Negra, interpretada pela atriz Scarlett Johansson, mantinha uma pose nada interessante para a luta, mas ótima para mostrar bunda e peitos. O artista Kevin Bolk resolveu fazer uma versão do pôster com todos os heróis mostrando os mesmos atributos que a Viúva Negra. Três anos depois, a polêmica continua.


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Já em 2014, a artista Karine Charlebois resolveu mostrar como as posições que Milo Manara – acusado de misoginia em muitas obras – escolheu para a Mulher Aranha não fazem sentido anatomicamente falando. O resultado é que ela seria uma péssima heroína se realmente se movimentasse do jeito que o desejo do desenhista gostaria. 

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Mas tem maneira mais simples de mostrar como tudo isso é absurdo do que inverter os papéis? E se os homens fossem desenhados nas histórias em quadrinhos como fetiches ambulantes? A objetificação é sempre errada, mas para provar um ponto, o ilustrador Brett White criou uma coleção de capas em que o homem é representado como a mulher: sexy e com um corpo erotizado.

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Agora nem fica tão difícil entender qual é o problema, fica? Proporções bizarras, corpos irreais e a sexualização desnecessária de um gênero. Por que os HQs se tornaram quase literatura erótica ao se olhar para as personagens femininas e continuam fantasia quando é olhado para os homens? A balança não está equilibrada, vamos mudar isso? 

SOBRE CAROL PATROCÍNIO

Jornalista, passou por revistas impressas e pelos maiores portais do país. O interesse por escrever sobre sexo, comportamento e relações surgiu ao notar que essas informações poderiam melhorar a autoestima das mulheres e a percepção de si mesmas. Acredita que, muito mais do que prazer, sexo é autoconhecimento. Carol escreve no Preliminares desde dezembro de 2011